As estrelas não perdem o brilho.

Esta é uma postagem de agradecimento ao legado deixado por Maria Sylvia Nunes (1930-2020), uma mulher de teatro, pensadora, encenadora, dramaturgista, diretora e uma das personalidades mais importantes do teatro brasileiro.

Antes mesmo de colaborar diretamente para a criação da primeira escola de teatro do norte do Brasil ela já tinha uma trajetória importantíssima para o campo das artes cênicas em nossa região, pois produziu e promoveu inovações na linguagem teatral desenvolvida experimentalmente junto ao grupo Norte Teatro Escola do Pará, no final da década de 1950. O reconhecimento desse trabalho à frente do grupo pode ser comprovado com os diversos prêmios conquistados em quatro participações no Festival do Teatro do Estudante, sendo o primeiro realizado em Recife, no ano de 1958, e já arrematando as principais premiações como o de melhor texto encenado, por "Morte e Vida Severina", e o de melhor ator com Carlos Miranda interpretando Severino. 

Presente e atuante, ao lado de Benedito Nunes, contribui decisivamente para a criação do Serviço de Teatro da Universidade do Pará, em 1962, ajudando a estabelecer um marco na formação de várias gerações de artistas que passam ou passaram pela atual Escola de Teatro e Dança da UFPA. São muitas décadas de história e conquistas que fortaleceram, e fortalecem, nossa luta diária em fazer teatro nessa cidade, nesse estado e nesse país. Seu legado é o que nos mantém persistentes em fazer arte, mesmo diante de todas as adversidades (e elas não são poucas).

Obrigado por tudo Maria Sylvia Nunes. Você nos possibilitou o contato com nossa paixão pelo teatro.

Siga em paz e na luz. Boas energias e vibrações positivas.

Evoé.  

5 de março de 2020.