Brincantes ou atores, ou as duas coisas? – Por Adriano Ferreira Coutinho

26/06/2023

Montagem Teatral: A quase morte do boi Parazinho

Montagem: Fundação Cultural do Pará 

Adriano Ferreira Coutinho[1]

Os bons bates papos em torno de espetáculos do alto do boi, tem aumentado de qualidade nas últimas décadas, por causa do aumento da criatividades dos atores e a ênfase na partes mais cômicas.

Destaca-se, no espetáculo apresentado, de forma muito interessante no espaço do Curro Velho em Belém do Pará; "A quase morte do boi Parazinho", a qualidade da apresentação. Nota-se, com isso, um equilíbrio entre o teatro de rua em que aparece a figura do brincante e o teatro, digamos assim, convencional em que se tem o conceito de ator. A peça, é resultado de uma oficina do órgão, nesse sentido se explica, sem perder o lúdico, de ser uma apresentação muito divertida, arrancando boas risadas do público. Essa receita, provavelmente seja do fato do elenco ser híbrido, ou seja, de trabalharem juntos profissionais experientes da arte e outras que estão começando ou atuam em outras áreas profissionais.

Também levo em consideração minha experiência no teatro do auto do boi, em razão de eu ter participado como ator ou brincante, num projeto, de carga horária de 20h, na Biblioteca Municipal de Icoaraci. De acordo com esse meu trabalho, percebi nesse espetáculo, "A quase morte do boi parazinho", que essa obra de arte cênica explorou de forma muito inteligente as partes mais cômicas do auto, por exemplo: se destacou bastante a aplicação da injeção, na tentativa de ressuscitar o boi e, assim, se nota essa características em todos os momento da apresentação.

Diante do exposto, constata-se nesse importante espetáculo, a mistura dos atores entre os mais experientes e os que estão se iniciando na arte ou então são de outras áreas. É um trabalho que chama atenção pela qualidade e profissionalismo na forma que utilizam a criatividade. Podemos ver também, a forma intencional, sabendo o que estavam fazendo ao explorar mais as partes cômicas do auto.

Não percebi muita espontaneidade, mas isso não diminui em nada a diversão que a plateia teve durante apresentação, mas utilizaram a técnica para enaltecer o riso, alegria, o lúdico por meio intencional do espetáculo do boi, e assim, esse evento do começo ao fim, se caracteriza pelos detalhes afim de se extrai mais risos do público, e de acordo com o meu gosto e, creio da maioria das pessoas presentes, foi um espetáculo muito bom, parabéns!

26 de junho de 2023


[1] Graduado em Geografia pela Universidade Federal do Pará; Curso de iniciação teatral pela UNIPOP (Universidade Popular) e FIBRA (Faculdade Particular) e mais de mil carga horária de vivencias, cursos, oficinas, etc. na arte; Participante da oficina de crítica teatral "Exercícios de escrituras" – Projeto Tribuna do Cretino;

Ficha Técnica:

A quase morte do boi Parazinho

Fundação Cultural do Pará

Elenco e Banda:

Italo Pacheco, Bia Parawara, Laura Lrizzutte, Yuri Verbo,

Pedro Lindermayer, Dani Quintanilha, Kyra Days,

Gustavo Cruces, Ikarus, Wesley Rosário.

Música:

Armando de Mendonça

Direção Musical:

Mika Nascimento

Direção Geral:

Ruber Sarmento

Realização:

Fundação Cultural do Curro Velho

Apoio:

Fundação Cultural do Curro Velho